terça-feira, 31 de julho de 2012

Sakamichi no Apollon - Ao som do Jazz e de uma grande amizade




Simplesmente fantástico!
É como eu descrevo Sakamichi no Apollon. Uma história envolvendo amizade, amor e jazz! 


Atenção! Os comentários a seguir podem conter spoilers!



Eu confesso que quando vi esse anime sendo anunciado antes da temporada passada começar, não me interessei muito em assisti-lo, porém deixei ele na lista do "Assistirei algum dia". E esse dia chegou antes do que eu esperei. Ao ler alguns comentários a respeito em outros blogs, senti vontade de acompanhar toda a história. Valeu a pena.


A história se passa no ano de 1966. Alguns anos após a segunda guerra mundial. O jovem Kaoru Nishimi se muda mais uma vez de cidade, por conta do trabalho do pai. Dessa vez vai morar em Kyushu com alguns parentes. Ele é um aluno exemplar e sempre tira notas boas, porém não tem amigos, pois se muda com frequência. É aí que conhece o 'badboy' Sentaro Kawabuchi e sua vida começa a mudar completamente. Ele aprende o quão divertido é tocar Jazz e começa a se tornar amigo de Sentaro. A amiga de infância dele, Ritsuko Mukae, se torna amiga de Kaoru também e ele começa a nutrir sentimentos um pouco mais avançados por ela.


Apesar da história ter os três como protagonistas, ela é de fato mais centrada na amizade do Kaoru e Sentaro. Há mais alguns outros personagens interessantes, como Yurika Fukahori e Junichi Katsuragi. O núcleo deles acaba ficando à parte em alguns momentos, pois o contexto deles é um pouco mais maduro que o dos protagonistas.


Apesar de o clima da história parecer lento, tudo se desenvolve no seu tempo certo. Apesar de Kaoru achar que é totalmente diferente de Sentaro, observamos que no fundo os dois possuem sentimentos similares e ambos passaram e passam certas dificuldades emocionais por fatos ocorridos no passado. A amizade é muito bem trabalhada durante toda a história, entre os três, e vê que é muito forte pro lado de Kaoru e Sentaro.

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Depois que Kaoru começa a gostar de Ritsuko e ela acaba rejeitando-o, vários conflitos começam a cercar a mente do garoto. Um deles é o de quando Sentaro vai participar do Festival em uma banda de Rock e o fato de Kaoru associar a distância dele com o que fizeram com ele no passado, é suficiente para que o garoto se emburre com o amigo. É aquele famoso ciúme com medo de perder o outro amigo. De fato eu não considerei isso ruim, pois existe na vida real, e foi interessante pra desenvolver a história. Quem aqui nunca ficou com ciúme pensando que ia perder um amigo que atire a primeira pedra. Porém, o personagem deveria falar mais o que sentia. As pessoas não são adivinhas.


Apesar de Kaoru ser muito cabeça dura em vários momentos, acredito que a Ritsuko tenha sido muito mais. Primeiro, rejeita o Kaoru e depois de um tempo acaba percebendo que os seus sentimentos mudaram. Até aí tudo bem. Só que a garota é cercada por uma indecisão constante. Tem hora que a gente não consegue entender o que ela sente. Apesar disso tudo, gostei da personagem(a voz dela é linda, acho que é da mesma dubladora da I-Pin adulta de Katekyo Hitman Reborn) e até fiquei triste por ela em alguns momentos.


O Sentaro é o meu personagem preferido entre os três. A sua personalidade 'vida louca' é realmente muito engraçada e na verdade, ele foi o pontapé da amizade que surgiu. A história dele é uma das mais tristes e me emocionei com alguns momentos,como a cena no hospital. Apesar de não concordar no início que o Kaoru pudesse tocar Jazz, ele no fundo queria motivá-lo e quem assistiu, sabe exatamente que tocar e estar com ele era uma das coisas mais divertidas para o badboy. Todos os três possuem seus medos e inseguranças e com a ajuda um do outro vão conseguindo superá-los(nem todos né, mas...). Percebe-se nitidamente que todos os personagens mudam e se desenvolvem durante a história.


Agora sobre algo muito importante: a música! Antes que pensem que é um anime chato porque envolve música, pode ir mudando de ideia. O Jazz é uma forma de união entre todos eles. Eu notei que tocar Jazz, era também uma forma de comunicação , um momento único. Quando brigaram, os dois se resolveram por meio da música. Até nas partes finais isso acontece. A trilha sonora é muito divertida e me fez reafirmar o quanto Jazz é bom. Em algumas cenas eu até me perdia na música e não resistia a tentar acompanhar o ritmo nem que fosse batendo o pé.



Rolou uma discussão na internet de que a história tinha tendências yaoi e que no fundo os dois pareciam ter uma relação homossexual. Eu realmente não vi nada disso e só enxerguei uma amizade muito forte entre eles. Pra mim, aquela cena inicial se tornou foi engraçada pelo fato do Sentaro meio que estar sonhando acordado. O problema é que hoje em dia até demonstrar sua forte amizade por alguém do mesmo sexo acaba se tornando alvo de críticas e/ou piadinhas. Quem assistiu sabe que os dois se apaixonaram por garotas durante a história, e é um dos motivos pra jogar por terra essas hipóteses criadas. Provavelmente quem acha isso é porque nunca teve uma amizade forte.

Essa foi a cena. Eu achei que ele fosse bater nele por tê-lo acordado =P

Vale lembrar de algo que deixou a desejar no anime: o final

[SPOILERS do Mangá]
Ele não seguiu o mangá e pulou muita coisa. Ontem eu li os capítulos finais, que mostra o Kaoru na faculdade, tudo que ele fez para saber do Sentaro e da Ritsuko, o futuro de vários personagens, e o grande reencontro, que foi bem melhor que o do anime. A decisão do Kaoru de trabalhar na ilha em que Sentaro estava, foi muito boa. Não esperava isso, já que no anime ficou "no ar" o que aconteceu depois. Até uma possibilidade de que a relação dele e da Ritsuko se desenvolva.
[/SPOILERS do Mangá]


Fora isso, curti muito e recomendo fortemente! Tirei muitas lições boas! É uma pena que é bem curto e sentirei falta dos personagens e da história. Talvez essa análise não tenha ficado lá muito boa, mas pelo menos descrevi parte do que eu queria passar: foi um dos melhores animes que vi esse ano.

Um comentário:

  1. Me deu vontade de ver esse anime. Será um dos proximos que irei assistir em breve.

    Gostei muito da sua matéria e, embora concorde que uma forte amizade com alguém do mesmo sexo não significa necessariamente uma atração homossexual, eu discordo que os rapazes namorarem garotas seja "um dos motivos pra jogar por terra essas hipóteses criadas". Nunca ouviu falar em bissexualidade? hahahaha

    Abraço e até.

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