Atenção! O capítulo a seguir é recomendado para maiores de 18 anos.
“A verdadeira
amizade significa unir muitos corações e corpos num coração e num espírito.”
Pitágoras
Eu não podia acreditar... A mulher
que estava do outro lado da linha tinha a voz idêntica a da minha mãe! Como?
Seria uma irmã gêmea, uma sósia ou ela ainda estava viva? Estaria me ligando lá
do céu? Eu já não entendia mais nada e sequer consegui responder a ligação de
imediato.
— Leo! Não está me ouvindo, meu
filho? Por que não me responde?
— Mãe? É você? Mas como isso é
possível? Eu lembro muito bem daquele dia e... — lágrimas escorrem pelo meu
rosto e eu não conseguia me conter.
— Você está preso no submundo, não
é?
— Estou sim. Como sabe?
— Eu sei de tudo. E sei que logo nos
encontraremos.
— Sério? Eu quero vê-la o mais
rápido possível. Onde você está?
De repente ela não me responde mais
e escuto uma risada ao fundo do telefone. Começo a sentir um frio na barriga e
uma sensação estranha.
— Mãe? Onde é que vamos nos
encontrar?
— No lugar que você vai estar já já,
meu filho... No inferno — grita e sua voz muda para um tom masculino seguido de
uma risada tenebrosa.
— Você não é a minha mãe! Quem
diabos é você, seu grande merda? — pergunto isso com a voz pra lá de alterada.
— Isso é jeito de falar com os
outros? Bem que o imperador soberano disse que você era um ridículo... Que
impertinente.
— Essa voz... Você é o daquele dia
na casa do Vincent! Rhair alguma coisa, não é?
— Rhair Marcus! Não lembra nem do
nome das pessoas, bofe idiota!
— A sua brincadeira foi de muito mau
gosto! Não sei como conseguiu fazer essa imitação, mas sei que conseguiu me
deixar irado. Se eu encontrá-lo por aqui...
— Estou mais perto do que imagina...
— O que quer dizer?
— Você é tão maluco e descuidado que
não percebeu que esse celular está desligado desde o começo.
Ele realmente tinha razão... A tela
estava toda preta e o celular sequer ligava.
— Então como é que estou te ouvindo?
— Porque estou aqui dentro dessa
loja desde o início... Idiota!
Aquele “lambe chão” tenebroso do
Phillip estava atrás de mim nesse momento e ia tentar me furar com uma seringa
estranha. Dessa vez eu fui mais esperto que ele e segurei seu braço. Ficamos
num “duelo” agoniante em que ele tentava me furar e eu empurrava seu braço pra
que ele não realizasse o serviço. Aquilo com certeza era pra me dopar
novamente.
— Não entendo o porquê da sua
resistência. Você terá o fim que merece nesse lugar, não importa o quanto fuja.
— Não vou me render tão fácil pra um
grupo de lixos desprezíveis!
— Não faça isso, filho! — escuto a
voz da minha mãe dentro daquele lugar.
Baixei a guarda e Raihr consegue me
furar com aquilo. De fato eu havia sido enganado. Me levei pela emoção de ter
ouvido a suposta voz da minha mãe. Ela estava morta há cinco anos e não entendo
o porquê de eu ainda ter alguma esperança. É justamente por aquele dia que
estou aqui agora. Foi a partir dali que busquei me vingar daquele ser
desprezível que me sugou cada esforço, me enganou e me tirou a pessoa que eu
mais amava. Foi isso que me moveu durante cinco anos: vingança. Nesse momento,
inconsciente e provavelmente morto eu me pergunto: Isso valeu a pena?
Acho que eu era um vaso ruim, pois não
havia morrido. Abro os olhos e noto que estava pendurado em um poste no meio da
cidade. Eu provavelmente estava ali faz tempo. O que mais me chocou foi notar
que já era fim da tarde do dia seguinte! Estava com várias partes da roupa
rasgadas e doendo. Provavelmente apanhei enquanto estava inconsciente e fui
amarrado aqui. Que pesadelo!
Olhei para baixo e notei que não
havia um ser vivo sequer. Eu tinha que pensar numa forma de sair dali. Notei
então que as cordas eram bem vagabundas e uma boa opção seria me balançar.
Tomei impulso e fui fazendo isso. Demorou uns dez minutos e a corda arrebentou.
A queda não foi nada agradável, mas do que eu podia reclamar nesse momento?
Não estava conseguindo andar tão bem devido ao tempo
que meu corpo deve ter ficado parado. Com que intuito aquele maluco fez isso?
Sinto que estão querendo me torturar e me matar aos poucos nesse lugar...
Ouço um barulho e vejo um corpo
sendo arremessado e destruindo as portas de vidro de um edifício. Um homem
narigudo surge. Ele estava usando camiseta regata encardida, que deveria ser
branca, uma corrente de ouro enorme e óculos escuros. O estranho olha pra mim.
Eu estava muito fraco pra fugir naquele momento. Não sei como fiquei
desacordado por quase um dia inteiro e isso me deixou fraco e faminto. Meu
instinto de sobrevivência me alerta ao perceber que ele se aproximava de mim.
Boa pessoa eu sei que ele não era, por isso penso que se ele quisesse só sexo
seria menos pior que apanhar e ser morto.
— Ah... Encontrei o tesouro!
Estranho ele estar se movimentando... Acho que foi um elemento surpresa nessa
rodada.
— Tesouro? Rodada?
— Jogo da Morte. Você é o tesouro
anunciado — mostra um folheto com a minha foto.
Agora entendi o motivo de eu estar
desacordado. Estava em meio a um jogo onde as pessoas matavam umas as outras em
meio à caça a um “tesouro”. O vencedor poderia se aproveitar do tesouro da
forma que quisesse, mas deveria levá-lo vivo caso os juízes pedissem. E sabe o
que mais me intrigava? A foto do folheto. Era a foto da entrevista quando fui
contratado pela empresa. Só eles tinham acesso a ela...
— Não creio...
— Mesmo que esteja se movendo, vejo
que não vai oferecer muita resistência. Porém primeiro eu quero me certificar
que isso não é um truque...
O narigudo usa um chicote
rapidamente e acerta minha perna esquerda. Eu não sei o que tinha naquilo, mas
doeu mais do que qualquer coisa nesse lugar até agora. Foi suficiente pra até
rasgar minha calça na parte atingida. Não contente com o teste, ele acerta
minha barriga. Senti até falta de ar nesse momento. Como doía! E sabem o que eu
podia fazer? Nada! Eu me rastejava pra trás, mas isso era suficiente pra ouvir
risadas do rapaz.
— Antes de entregar sua cabeça ao kaiser irei me aproveitar de você. Está nas
regras. Só preciso aparecer com você pra encerrar a rodada e terei cinco horas
pra te entregar. Vou levá-lo a meu esconderijo. Como você é jovem e bonito —
toca no meu rosto e aperta — Não é a toa que foi escolhido como o tesouro da
vez. Aliás, um dos melhores que vi até então.
— E você, quem é?
— Stefan Jude — me amarra com uma
corrente rapidamente e sai me puxando — o rei do Jogo da Morte.
Aquele cara realmente não estava se
importando se eu chegaria acabado ou não. Seu olhar me transmitiu a frieza e
certa vontade de fazer o que deveria em pró de algo. Provavelmente sair desse
lugar era o que ele queria. Acredito que para ganhar regalias nesse lugar era
preciso ser o vencedor desse tal Jogo da Morte. Eu apenas o seguia. Sabia que
se caísse, seria chicoteado feito escravo. Era isso que eu era... O tal slave treasure do jogo!
Alguns minutos de caminhada em
silêncio e aos puxões e chegamos ao centro do Submundo. Vários prédios ao redor
desse local e pude ver algumas pessoas familiares que estavam na varanda do
primeiro andar de um deles. Da direita para esquerda estavam: Raihr, Bruce,
Bianchi, um cara e duas garotas encapuzados e aquele doutor estranho que salvou
a Marcella e desapareceu com ela da mansão aquele dia. O cara encapuzado... Ele
era exatamente idêntico ao do dia que a minha mãe morreu! Sinto meu coração
bater forte e a tensão só aumentava. Eis que uma voz é transmitida por meio de
vários alto falantes espalhados por todo o local. Era a voz do irritante Raihr.
— Ora, ora! Será que já temos o
vencedor dessa etapa do “Jogo da Morte”? O bofe Stefan mais uma vez?
Bianchi fica surpresa ao reconhecer
meu rosto e comenta com Bruce:
— Me diga em nome do Senhor o porquê
do Leo estar aqui nesse lugar?
— Ele era o tesouro dessa rodada...
— Isso com certeza foi obra daquele
gordo irritante e daquela vadia que seguiram suas ordens, não é? — pergunta
para o cara encapuzado que apenas acena positivamente e não diz palavra alguma.
— Isso é um absurdo — diz Bianchi
que é segurada por Bruce.
— Agora já é tarde. Talvez essa seja
a forma dele pagar por todas as suas ações nesses últimos anos — diz Bruce.
— Ações? Do que você pensa que sabe?
— Não terei piedade em julgá-lo
nesse jogo. Ainda mais que soube que ele está envolvido com o desaparecimento
da minha irmã.
— Desaparecimento da sua irmã? —
olha para o rapaz encapuzado — Eu realmente não espero mais nada de você...
Stefan me joga no chão enquanto
segurava as correntes e diz:
— Esse é o tesouro, não é?
— Exatamente! Acertou em cheio. Por
mim eu já contabilizaria como mais uma vitória sua, mas você sabe que precisa
fazer uma escolha agora, não é? Ou você o entrega a cabeça dele agora e seus
pontos são contabilizados, ou você tem cinco horas pra aproveitar do corpo
desse garoto como quiser. O que escolhe?
— A segunda opção.
Por alguns instantes notei um choque
geral de quem estava ali. Parece que a escolha de Stefan tinha surpreendido a
todos.
— Mas, mas... — gagueja Raihr — Você
sempre executou os tesouros aqui na nossa frente. Qual o motivo de fazer
diferente pela primeira vez?
— É particular... Pois bem! Não
quero que se metam no meu caminho enquanto estou com o garoto.
— Isso... É inacreditável! Desde quando
você curte...?
— Não curtir você não significa que
eu não curta os outros!
— Bem feito, gordo otário — diz
Bianchi.
— Se me derem licença, estarei indo
pra um lugar mais à vontade — começa a seguir o caminho oposto e me puxa.
— Sensacional... — diz o cara
encapuzado em tom de sussurro e logo em seguida faz um sinal a uma das mulheres
encapuzadas, que entende o recado e segue os dois.
— Meu imperador belíssimo! As coisas
não estão saindo conforme o planejado! Devemos interferir?
— As regras do jogo dizem que ele
podia escolher uma das duas coisas — interrompe Bruce com um olhar sério.
— Eu não te perguntei nada, idiota
do tênis!
— Regras são regras. Eu fui
convocado pra fazer com que elas sejam respeitadas e não aliviarei se você
quebrá-la com alguma manipulação — diz Bruce.
— Ora, seu...
— Ele vai ter uma punição muito
maior que a morte... Stefan vai acabar com ele — diz o cara encapuzado e ri
baixinho.
— Vai mesmo... — diz a outra mulher
encapuzada em um tom triste.
— Sinto cheiro de uma boa cena de
sexo com morte... Devo ligar as câmeras para que possamos assisti-la aqui de
camarote?
— Sim...
Raihr aciona um mecanismo do seu
próprio celular e um grande telão que estava acoplado em um dos prédios,
transmite imagens de um quarto. Todos pareciam na expectativa do que estava por
vir. O misterioso doutor já não estava mais ali. O seu sumiço não havia sequer
sido notado.
Ao chegar ao quarto, Stefan me joga
na cama e começa a tirar sua roupa rapidamente. Ele abaixa minhas calças e
cueca e me vira de frente. Olho aquele membro rígido e de um tamanho nada
pequeno. Me deu calafrios.
— Eu não costumo fazer isso com
ninguém. Aliás... Não faço isso desde que entrei aqui... Há dois anos.
— Um bom tempo...
— Sim — segura com força em meu
rosto — E é por isso que vou me satisfazer da forma que quiser com você.
Garoto... Eu irei te foder até você morrer!
Essa frase teve um impacto forte.
Esse cara realmente não estava brincando. Ele passa algo rapidamente nos dedos
e começa a enfiar sem dó no meu ânus. Começa com um e vai forçando mais outro.
Estava doendo!
— Preciso de espaço pra colocar o
meu pau aí dentro — diz isso e enfia o dedo mais fundo e forte.
Eu estava sentindo um pouco de
prazer, confesso, mas sabia que iria morrer. Aquele cara ia me comer e me matar
logo em seguida. Acho que ele era o típico cara que curtia caras, mas não
admitia pra si mesmo. Por isso surpreendeu a todos. Nesse momento a dor estava
mais intensa e eu sentia que ele queria fazer um ‘fisting’. Eu estava fraco, com fome e aquilo estava me machucando
demais. Por que não me matou logo de uma vez? Ou melhor... Por que eu não fiz
nada até agora? A verdade é que eu mal tinha olhado nos olhos dele direito até
agora e quando fiz isso antes, notei que ele me evitou. Tentei virar minha cabeça
para trás e ele brutamente a vira para frente.
— Eu sei muito bem que você deve
estar doido pra olhar pra mim, mas já conheço seu truque, garoto! — pega sua
camiseta e amarra com força de forma que cobrisse meus olhos.
Droga! Eu não podia fazer mais nada.
Daqui a pouco estaria com uma mão inteira dentro de mim, um pau e logo em
seguida seria assassinado. Acho que esse foi o preço por ter levado a vingança
adiante. Provavelmente Phillip estava me assistindo a esse momento e
comemorando...
Bruce não olhava para o telão e diz
a Raihr que achava que não havia necessidade de assistirem àquilo. Bianchi se
mostrava incomodada e diz a Raihr para cessar aquela transmissão agora. A outra
mulher mal se manifestava, mas parecia estar em choque com as cenas. O cara
encapuzado apenas ria.
— Enquanto o meu imperador estiver
se divertindo, o pedido de vocês pouco vai me importar.
Eu já estava no ápice da dor. Aquilo
era uma covardia. Eis que ele desiste de enfiar sua mão e começa a colocar seu
membro com toda a força. Era a primeira vez que alguém fazia isso. Não sei se
era bom ou não, mas com ele estava sendo horrível. O cara bombava com força
desde o começo e eu me perguntava qual a diferença entre isso e apanhar com
aquele chicote. E sim, eu estava sendo estuprado! Ficou assim por alguns
segundos e de repente senti um alívio.
Ele havia começado a tossir e retirou seu pau de dentro de mim. Ufa! Eu não
sabia bem o que estava acontecendo. Só ouvi barulho de várias coisas se
quebrando e dele gritando com ele mesmo enquanto procurava algo. Ouço-o parar e
beber algo. Era shinohana! Esse cara
era um dependente. Era dela que vinha essa força dele. A respiração dele estava
mais ofegante e de repente ele começa a colocar em mim outra vez.
— Agora que estou de pé novamente...
Vou fazer mais forte até gozar e em seguida te espancarei até a morte,
garotinho!
— Não! Pára com isso! Eu te imploro
cara! Por favor!
— Que tesouro fantástico você é! Foi
o único que me fez trocar a escolha de matar pra ganhar mais pontos e sair daqui.
Preferi ter você e ninguém mais vai ter esse privilégio depois de mim.
De repente ouço o barulho de a porta
ser arrombada e alguém chuta Stefan de cima de mim. O golpe parecia ter sido
tão forte que ele acertou a cabeça no chão. Sinto mãos suaves me tocarem e
retiram a camiseta dos meus olhos. Não queria que vissem a minha face nesse
momento. Eu estava apavorado e lágrimas saíam dos meus olhos. Era James e logo
atrás dele estavam Amanda e Lucas. Porém, quem havia derrubado Stefan com um
golpe fatal era ela... A minha grande e querida Marky! Ele estava morto naquele
momento.
— Pessoal!
— Finalmente te encontramos...
Mestre! — muda a face de ódio por Stefan e sorri pra mim.
— Desculpe a demora, lindo... Estou
vendo que esse troglodita te machucou muito — diz James enquanto me abraça.
— Foi realmente uma cena horrível de
se imaginar... Você foi muito forte — diz Amanda tentando disfarçar algumas
lágrimas.
— Rapaz... — olha para o pênis de Stefan — Se esse cara
continuasse metendo, você ia abrir um espaço extra no seu traseiro hein...
— Você não presta mesmo — dou uma
risada enquanto vestia minha calça.
James percebe que eu estava fraco e
pede a Amanda que me desse algo pra comer. Ela tinha feito sanduíches
maravilhosos. Comi em poucos minutos e com muita vontade.
— Não que eu tivesse preparado
especialmente pra você... Era pro caso se uma emergência apenas — diz ela.
— Ah claro... Imagino que sim
hein... Como conseguiram chegar até aqui?
— Eu tenho contatos aqui dentro do
Submundo — diz Lucas enquanto subia seus óculos e fazia aquela típica cara de
gênio.
— Até aqui? Isso significa que você
sabe como sair desse inferno?
— Não será muito fácil, mas nos
arriscamos pra vir salvar você. Olha que amigos nobres você tem — diz ele.
— Bom... Acho que isso significa que
você não deve saber...
Nesse momento uma bola de tênis em
alta velocidade atinge o vidro da janela e o destrói espalhando vários
estilhaços. Bruce surge dentro do local.
— É totalmente contra as regras a
intromissão de intrusos no “Jogo da Morte”. Isso é passível de punição tipo
seis... Ou seja... A morte.
— Acho que você se preocupa com
regras demais, tenista caipira — o encaro.
— Leo... Eu sei que éramos amigos há
cinco anos, mas você é quem está dentro do jogo. Seus amigos não.
— Amigos? Acho que não. Se fôssemos
amigos você não estaria fazendo nada do que está agora. Agindo como uma
marionete por algo que você ouviu de alguém. Não sei os seus motivos, mas estou
pronto pra te enfrentar se isso for necessário.
— Pois bem... Se for isso que você
quer, não pegarei leve — atira uma bola de tênis na minha direção que é
rebatida por Lucas com uma tábua.
— Calminha aí, caipira do tênis —
tira os óculos e arregaça as mangas — Você está precisando aprender de fato como
se conduz um jogo de verdade...
[CONTINUA...]
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