“Não há virtude, rigorosamente falando, sem vitória sobre nós
mesmos e nada vale o que nada custa.” Xavier Maistre
O clima fica tenso. Phillip percebe que estava
encurralado e demonstra ódio em seu olhar após ouvir minhas palavras.
— Maldito virtuoso! — grita em um tom altamente
agressivo e aponta a arma pra mim.
— Ainda insiste nisso... Olha, essa arma...
— Não me interessa! O que esses dois lixos estão
fazendo aqui dentro desse quarto? Por que diabos a vagabunda da Anne deixou
vocês entrarem aqui?
— Não foi tão difícil convencê-la a nos deixar
entrar aqui — diz Amanda que se apoiava em mim por estar ferida.
— E os outros? Como é que passaram por eles? Isso
não faz o menor sentido!
— Pela distração e a diminuição do número dos seus
aliados. Aquela víbora da Marcella não está mais aqui para espirrar seu veneno.
Finalmente aquela louca pode nos deixar em paz. Ela foi morta — diz James.
— Uma pena que morreu sem conhecer a verdadeira face
desse monstro nojento que a usou o tempo inteiro... — comento sem nem medir
palavras.
— Interessante... Olha que trio lindo e burro. Eu
tenho uma arma em minhas mãos e acabarei com os três. Só preciso escolher quem
mato primeiro. Como são tolos de ousarem entrar aqui. Podiam ter deixado esse
imprestável virtuoso morrer sozinho. Ninguém gosta dele — grita Phillip.
— Cale essa boca! — James grita com Phillip, que
aponta a arma para ele imediatamente.
— Eu falei algo errado? Por que se doeu tanto,
imprestável? Ah, já sei... Pensou que fosse ter um final feliz com ele, não é?
Entenda que se ele sobreviver é mais fácil ficar com essa piranha aí do que
você.
— Como é que é? Não me chame de piranha, seu
monstro! — Amanda se exalta um pouco — Você nem me conhece e não te dou esse
direito.
— Chega de conversa fiada. Esse gerente ridículo vai
ser o primeiro a ir embora. Prefiro acabar com quem você gosta primeiro e ter o
gostinho de te ver sofrer antes de morrer.
Phillip puxa o gatilho da arma e nada acontece. Ele
tenta outras vezes e se desespera ao ver que nada acontecia.
— Permita-me dizer que enquanto você estava sonhando
e entrei nesse quarto, consegui pegar sua arma e tirei isso aqui — James mostra
a munição — É uma pena, pois sei muito bem lidar com isso. Eu diria que tudo
que aconteceu aqui já é mais do que suficiente e comprovei que Leo Cavallini
foi considerado suspeito injustamente e foi enviado a um sanatório sem motivos.
— James... Você é um agente de polícia, não é? —
pergunto — Como imaginei...
— Exatamente. Estive investigando seu caso e tive
que me passar por gerente da Soldi & Succeso. Foi lá onde fui vigiar de
perto a pessoa que eu acreditava que era um grande suspeito. Hoje tudo se
confirma, Phillip Neddfor.
— Ora, ora... Então o gerente é um agente — diz
Amanda — Por acaso o que você disse sobre o Leo no Submundo hoje...
— A mais pura verdade. É como num filme... Eu fui
contratado para investigá-lo e acabei me apaixonando verdadeiramente. Você é o
primeiro homem que faz o meu coração bater tão forte de alegria só de pensar em
você. Isso mexeu comigo durante dias e eu sabia a que caminho me levaria. E
depois de ouvir sua história, vi o quão maltratado você foi por esse cara
ridículo que se passou de amigo todo esse tempo. Quando isso acabar, quero
poder passar mais momentos com você.
Fiquei muito surpreso com a declaração que James
havia acabado de fazer. Isso havia chocado até o próprio Phillip que ainda
estava sem saber o que fazer já que sua arma não servia para nada naquele
momento. Amanda se contorcia ao meu lado e deixa escapar algumas palavras.
— Não marque coisas assim com ele sem ouvir uma
resposta. Eu... Eu não acho que ele possa estar tão apaixonado assim por você e
nem você é o único que talvez goste dele. Pode existir outra pessoa que tenha
se interessado justamente por ter tido seu orgulho quebrado... E também por ver
o quão preciosos foram aqueles momentos que passaram juntos. Essa pessoa pode
querer conhecê-lo mais e...
— Essa pessoa é você, não é? — pergunto.
— Bem... Não que seja eu e...
— Querem fazer o favor de calar essas malditas
bocas! Não sou obrigado a assistir esse show de declarações.
— Ah é mesmo? E o que pretende fazer? Acabou pra
você... Será que não entendeu até agora — digo a ele.
Marky e Lucas entram no quarto e logo em seguida
chegam Bruce e Bianchi. Phillip afasta um pouco e começa a gritar enfurecido.
— O que toda essa gente faz aqui? Era pra vocês
estarem lá embaixo segurando os amigos desse virtuoso idiota. Cadê aquele
imprestável do Raihr? Anne! — grita — Onde é que está essa vadia? Bianchi e
Bruce, se mexam e acabem com esses lixos e...
— Cala essa boca — grita Bianchi.
A senhorita Bianchi realmente reinou com o dom de
silenciar pessoas no dia de hoje. Por uns cinco segundos todos ficaram em
silêncio, até que aquele idiota retruca.
— Como ousa a gritar comigo nesse momento?
— Eu estou cansada de tudo isso! Pensa que não
ouvimos? Nós sabemos do que você fez e o que pensa. Não que eu já não soubesse
de uma boa parte... Agora a parte sobre mim, a da mãe do Leo e até a irmã do
Bruce que você ainda não libertou... Eu realmente não podia esperar menos de
alguém como você!
— Phillip! Olha pra mim aqui agora — Bruce o segura
pela camiseta — Você pensa que somos suas marionetes? Nos envenenou contra o
Leo esse tempo todo e agora sei que é você quem mantém a minha irmã em cárcere.
Eu exijo que a liberte agora — grita.
— Até você se voltou contra mim agora, seu bastardo
de merda...
— Mais uma palavra me agredindo e eu partirei pra
agressão física. Diga onde minha irmã está! .
— Eu não direi nada. E se continuar contra a mim,
esse virtuoso vai te matar e você realmente nunca mais vai ver a sua irmãzinha
idiota...
Bruce dá um soco na cara de Phillip, que se afasta
ao ver que havia machucado. Bruce tenta se controlar, mas cai de joelhos e
chora em desespero. Chora por não saber mais o que fazer, por ter sido
enganado. Essa foi a primeira vez que o vi fazendo aquilo. Ninguém se aproximou
dele. Infelizmente eu não tinha mais a mesma compaixão em relação a sua pessoa.
Phillip não deu a mínima, pra variar.
— Vejo que está com muitos problemas internos,
Phillip. Que tal resolvê-los fora do meu apartamento — sugiro ironicamente.
— A culpa disso é toda sua... Se não tivesse
atrapalhado com essa sua existência — passa a mão na boca e tira um pouco do
sangue — Como foi que você usou esse seu olhar maldito em mim? Você só pode
usá-lo no máximo duas vezes ao dia e eu fui prova de que fez o uso dele com
Bruce e Bianchi hoje lá no Submundo!
— Vejo que você não sabe muito sobre os virtuosos
como se gabou. Vou aproveitar que todos estão presentes e explicar uma coisa,
arrogância em pessoa. Quando li os arquivos que a Jennie pediu que eu pegasse
na casa do Regis, descobri que os virtuosos podiam ampliar seus poderes do
olhar de forma a atingir várias pessoas e despertar os efeitos quando quiser.
Mantive isso em segredo de todos, pra usar na hora certa. O que eu sofri no Submundo
foi real. Realmente apanhei, quase fui estuprado e morto... E tudo para
conseguir usar meu trunfo contra você. Ou pensou que aquela explosão era o fim?
Que tolo... Olhei para todos os juízes quando o Stefan me levou até vocês. Esse
foi o único momento que usei meu olhar de verdade. Os outros foram apenas
ilusões já criadas pela técnica que aprendi. Apenas ativei a ilusão no momento que
achei mais oportuno, pra você acreditar que já tinha chegado ao meu “limite”.
— E por que diabos ficou vulnerável aqui? Vejo que
está sentindo todo o seu corpo! Com a droga não era nem pra conseguir se
levantar por umas sete horas!
— Ah, essa parte é interessante. Eu apenas fingi que
estava assim e você caiu em outra armadilha. Anne não injetou nada em mim. Essa
foi a forma de se desculpar pelo que fez.
Nesse momento Anne surge na porta e pisca para
Phillip.
— Sua vadia!
— Eu era uma agente dupla no fim das contas. Posso
ter errado no começo, mas estou do lado do meu honey!
— Phillip... Acabou! Se ainda lhe resta alguma
dignidade, saia desse apartamento e nunca mais volte a atormentar alguém aqui,
na boa — diz Bianchi.
Tudo parecia que se resolveria. Marky estava se
contendo desde o início e eu sei que se eu desse a ordem, ela mataria Phillip
em questão de segundos. Porém a situação era diferente. Apesar de tudo eu não
desejava mais a sua morte... Eu acho que ele precisava pagar pelo que fez, mas
não com a própria vida... E nesse momento, eu fiz tudo o que deveria e até o
que não deveria. Acho que essa história com ele já estava em seu fim. Porém,
havíamos esquecido de que ele ainda tinha um fiel aliado. E foi exatamente esse
outro ser, que acabou com um possível desfecho da história. Raihr empurra Anne
e para ao lado de Phillip.
— Imperador soberano — diz Raihr todo ferido — Está
bem? — se ajoelha — Perdão! Marcella foi morta e eu caí em truque desse monstro
outra vez. Acabei sendo enganado e traído por esses dois — aponta para Bruce e
Bianchi — e nem a shinohana foi
suficiente pra fazer algo. A droga não reage mais no meu corpo e não sei o
porquê. Bem... Como prova da minha lealdade, eu te entrego a arma final.
Raihr entrega uma adaga à Phillip. Nesse momento
todos ficam em alerta. Ninguém imaginou que aquilo poderia acontecer.
— Agora você pode realizar o ritual e acabar com
esse virtuoso ridículo e se tornar o mais poderos...
— Que insignificante — diz Phillip enquanto comete
um ato que choca a todos os presentes. Ele havia cravado a adaga na barriga de
Raihr e a retira rapidamente.
— Imperador... — passa a mão e vê todo aquele sangue
que saia livremente pelo corpo por ação do grande objeto de exaltação — Mas por
quê?
— Porque você é você... Irritante e grudento... Por
acaso acha que eu iria te querer ao meu lado? Ia me livrar de você mais cedo ou
mais tarde. Eu sou assim.
— Eu... Eu só... — uma lágrima escorre em seu rosto —
Eu só queria... — o megero cai no chão e fecha os olhos. Havia acabado de ser morto
por quem idolatrou o tempo todo.
— É assim que trata os seus amigos? Você os usa por
conveniência e quando não servem mais pra você, apenas se livra? — pergunta
Marky
— Eu não sou obrigado a responder nada pra uma
empregadinha como você. E se alguém se aproximar de mim, eu mato sem nem pensar
— aponta a adaga.
— Incrível como você não sente um pingo de
arrependimento pelo que acabou de fazer. Esse cara era um babaca, mas te
enxergava com admiração — diz Bianchi — Ele trouxe algo pra tentar te ajudar e
você o matou... Eu estou sem chão.
— Bianchi... De que lado você está?
— Eu não estou do seu lado! Eu não estou do lado do
Leo. Eu não estou do lado de ninguém! Tire da sua cabeça essa história de que
sou sua fiel ajudante e amiga das fofocas.
— Quer dizer que... Desde esse tempo você... —
pergunto surpreso.
— Isso mesmo, Leo. Eu não estou do lado de alguém
aqui em específico e tenho certeza que você teve uma prova disso na Casa do
Vincent.
— Então era mesmo você... A pessoa que acabou com a
maioria dos seguranças daquele lugar e dificultou que o Raihr nos encontrasse.
Você era a moça de cabelos longos que ouviu a minha conversa com a Jennie e de
certa forma facilitou o meu ingresso para que eu pudesse ter acesso aos
arquivos que ele guardava...
— Exatamente... Eu só achei que como virtuoso, você
tinha todo o direito de saber sobre você.
— Está dizendo que ajudou esse cara a pegar aqueles
arquivos? O Dr. Vincent sequer me deixou ler e por isso pedi ao Raihr para ir
até lá procurá-lo e matar quem interrompesse! Sua traidora! Merece morrer junto
com todos esses lixos aqui! Sabia que não podia contar com ninguém!
Phillip se revolta e tenta atingir Bianchi com a
adaga. Para a sua surpresa, tem o braço imobilizado por Marky que o olha com
seu olhar frio e assassino.
— Você não vai mais matar ninguém aqui.
Phillip gira e acerta o braço de Marky. Sem nem
pensar duas vezes, me aproximo e o seguro com minha mão direita, fazendo com que a adaga caísse.
— Como ousa machucar a Marky?
Todos da sala estavam espantados ao olharem minha
feição. Meus olhos estavam vermelhos e a vontade de matar percorria meu corpo
como o meu sangue. A minha vontade naquele momento era a de usar a minha força
e perfurar seu corpo. Porém eu me controlo e o largo no chão.
— Saia da minha casa imediatamente. Se não
desaparecer da minha frente, eu te mato.
— Ok. Estou saindo daqui. Mas eu voltarei. Com a
fortuna do Regis, posso me reerguer ainda.
— Que fortuna do Regis? — pergunta uma voz
misteriosa.
Nesse momento Bianchi estava ajudando a estancar o
sangue do braço de Marky e Bruce até parou com seu momento de remorso. Aquela
voz era familiar e estava vindo de algum lugar misterioso dentro do meu
apartamento.
— Phillip... É uma pena não estar aí para ver a sua
cara. Tenho uma notícia para você.
— De onde vem essa voz? Eu sei muito bem que é você,
doutor Vincent! — responde nervoso.
— Ora, ora... De onde vem a minha voz não interessa.
Só tenho que dizer que você foi útil até esse certo ponto. O meu irmão já sabe
de tudo e se eu fosse você nem apareceria na Soldi & Succeso e muito menos
na casa dele. Eu invadi o sistema de gravação dessa casa e enviei diretamente a
ele. A sua máscara caiu...
— Desgraçado!
— Acho melhor não me insultar, afinal você planejava
um golpe não era? Entenda que eu queria o Virtuoso vivo para fazer alguns
estudos, porém uma senhorita de sobrenome Spagnola me ajudou muito. Não preciso
mais de você... Mentiroso!
— O que está dizendo? Doutorzinho de merda!
— Peço desculpas pelo inconveniente, mas tenho que
ir. É claro que enviei uma surpresinha para você e terá muito tempo para
aproveitá-la.
Feito isso, vários policiais invadem o meu
apartamento e prendem Phillip. No fim das contas, o doutor Vincent se voltou
contra ele e deixou toda a armadilha final esquematizada. Ele acabou de cair no
próprio golpe e experimentava do seu próprio veneno. Foi traído por quem achava
que estava enganando. Phillip gritava e parecia um louco se justificando.
Aquela foi a última vez que o vi... Ou melhor, que ele me reconheceu.
Algumas semanas se passaram desde o ocorrido. James
foi testemunha chave e comprovou que eu era inocente. Graças a isso, a explosão
que eu havia causado passou batida, por muita sorte. Afinal, fui muito espero
em não deixar evidência alguma que provasse que fui eu. Com isso, voltei a
trabalhar normalmente na empresa. Anne havia se demitido e mudou-se para outra
cidade. Apesar de ter me ajudado no final, ela ficou extremamente envergonhada
pelas coisas que fez. Admito que aquele “honey”
logo cedo fazia falta.
Amanda havia sido contratada e costumava me fazer
visitas. Seu jeito não mudou e ela parecia mesmo estar apaixonada por mim. É
uma pena que eu ainda não pudesse correspondê-la com essa intensidade. Eu a
admirava como mulher e profissional, porém as coisas ainda se chocavam quando
James surgia. E quanto a esse, não trabalhava mais na Soldi & Succeso já
que sua missão estava completa. Eu e ele nos encontrávamos regularmente e é
claro que já aconteceram muitas vezes no meu apartamento ou dele. Mesmo assim,
algo ainda me deixava confuso...
Bruce conseguiu resgatar sua irmã graças ao
misterioso doutor Vincent que desapareceu e até hoje ninguém mais o viu. Ele
voltou com ela para a cidade deles e finalmente deve ter emplacado na carreira
de tenista, sem ameaças ou ordens de alguém como o Phillip. Disseram-me que ele
tentou convencer Bianchi a ir com ele, mas ela se recusou. Ainda acho que ele
voltará aqui, conhecendo bem aquela figura...
Depois do ocorrido, fui a um local específico. Era o
cemitério da antiga cidade. Observo Bianchi parada em frente a uma lápide e ao
ver aquele dia treze, entendo o que ela fazia ali. Escolhi o dia certo para
encontrá-la.
— Leo? — olha um pouco espantada enquanto tenta
disfarçar as lágrimas.
— Eu sabia que estaria aqui... Sete anos, não é?
— Sim... Incrível como ainda lembra. É alguém que
ainda me faz muita falta.
— Eu imagino... Você também fez
falta.
Uma brisa calma passa por ali e
Bianchi sorri. Não vejo esse sorriso há um bom tempo.
— Você também. Sabe... Passar uma
borracha nessas coisas escritas à caneta pode parecer bem difícil. Mas... Acho
que agora finalmente me sinto livre e me desculpe por tudo.
— Sem problemas... A vida é como uma
história escrita à caneta. Muitas vezes erramos e riscamos aquilo. Por mais que
fique marcado, o que importa no fim das contas é o que está escrito.
— Mestre! — Marky se aproxima —
Então é aqui que estava. Veio falar com a senhorita Bianchi.
— Apenas uma pequena visita.
— Senhorita Bianchi... Estarei
aguardando. Lembre-se do nosso desafio hoje à noite.
— Desafio? — pergunto.
— Sim. Nós duas estamos treinando artes
marciais no mesmo local e hoje é o dia da nossa competição — diz Bianchi.
— Algo que combina com vocês duas
com certeza — dou algumas risadas — Aliás, estou de carro. Querem ir comigo?
— Err... O quê? — pergunta Bianchi
meio desconcertada.
— Mestre? Tem certeza disso?
— Brincadeira! Que vença a melhor! Nos
vemos logo.
Marky e Bianchi estavam se dando bem
e isso me deixava feliz. Elas tinham uma rivalidade saudável e que ainda
poderia render de pano de fundo para muita coisa. Uma amizade ou um romance?
Bem, estou usando minha imaginação demais hoje.
Mal saí dali e vi que Lucas estava
me esperando ao lado do meu carro.
— Como anda meu amante preferido?
— Ah, é você palhaço anão. O que
quer?
— Tenho uma missão para você, quero
dizer, nós.
— Uma missão?
— Isso mesmo. Está na hora do último
virtuoso entrar em ação novamente!
— E pode contar com a minha ajuda —
James aparece me abraçando sabe-se lá de onde.
— James!
— A minha também — Amanda empurra
James e fica ao meu lado.
— Mestre, ouvi o que o senhor
Turatti acabou de falar. Conte comigo para o que precisar.
— Mas Marky e sua competição hoje?
— Se ela faltar, eu me sentirei no
dever de ajudar nessa missão com vocês também — diz Bianchi.
— Ora, ora senhor virtuoso popular.
Veja a quantidade de pessoas em sua equipe agora. Assim eu fico até com ciúmes
de você — ri.
— Fica nada, bobão!
Todos riram juntos. Depois de muito
tempo consegui enxergar algo. Nem todas as pessoas são desprezíveis e donas de
um coração ruim. Acho que tive a infelicidade de conhecer alguém assim e isso me
machucou muito. Até hoje enxergo as cicatrizes, mas não sinto mais dor. Consigo
sorrir novamente e não deixo mais os meus sentimentos instintivos de virtuoso
se unir com toda aquela raiva que eu sentia. Olho para o céu e acredito que
aquele anjo que perdi sorri ao ver que finalmente aprendi a lição. Aprendi a
dar valor à minha vida e a ser feliz. Aprendi a dar uma chance para o amor.
Mesmo que ainda me deixe em dúvidas... Qual deles conquistará o meu coração
completamente? Creio que terei muito a conhecer de James e Amanda ainda nesses
próximos dias e nas próximas aventuras da vida.
Certo dia na penitenciária de alta
segurança da cidade, Phillip estava emburrado dentro da cela e de repente um
agente penitenciário misterioso aparece com um pacote azul listrado.
— Presente para você.
— Pra mim? E por acaso alguém ainda
se lembra de mim?
— Enviaram isso aqui — olha
firmemente nos olhos dele e entrega o pacote.
— Me dá isso aqui cara ridículo —
puxa o pacote sem nem agradecer — Será que é um celular ou alguma coisa que
possa me ajudar a fugir desse lugar horroroso? — imagina.
O agente se retira lentamente e
Phillip abre o pacote todo esperançoso. Dentro havia uma carta e um vibrador
azul.
“Esse presente pode te ajudar a
escapar desse mundo por alguns instantes... Que todo mal feito por você se
reverta em bondade e que seus dias tornem-se mais virtuosos.”
— Maldito! — amassa a carta e joga
para longe a caixa com o vibrador — Insuportável!
Alguns “bipes” começam a ecoar pela cela. Era como se sinalizassem uma
contagem regressiva. Phillip acha aquilo muito estranho e tenta procurar o
local onde o som estava vindo. Para a sua surpresa, ele estava na caixinha. O
rapaz mal teve tempo de pensar e uma grande explosão invade sua cela. O agente misterioso
caminhava pelo corredor e sorri ao ouvir o barulho da explosão. Seus olhos
brilham num azul intenso dignos de um último virtuoso.
FIM
Bom, é com muito prazer que encerro essa jornada que foi escrever "O Último Virtuoso". Uma história que surgiu da personificação dos sentimentos e que foi indo conforme a inspiração fluía, mescladas sempre ao contexto de uma realidade fictícia e real ao mesmo tempo. Espero que tenham gostado e nos veremos em outras próximas histórias. Muito obrigado!
Arthur.
Bom, é com muito prazer que encerro essa jornada que foi escrever "O Último Virtuoso". Uma história que surgiu da personificação dos sentimentos e que foi indo conforme a inspiração fluía, mescladas sempre ao contexto de uma realidade fictícia e real ao mesmo tempo. Espero que tenham gostado e nos veremos em outras próximas histórias. Muito obrigado!
Arthur.
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